Muitos escritores já nos mostraram suas versões do que seria o futuro da humanidade, através de livros e filmes. Entre carros voadores e armas de raio, já fomos apresentados a muitas obras que retratam as máquinas como grandes inimigas da humanidade, governando o planeta como nova espécie dominante. Pelo que eu posso ver através dos jogos, isso está bem longe de acontecer.
A chamada “Inteligência Artificial” é o que governa o comportamento de todos os personagens dentro do jogo, exceto por aquele controlado pelo jogador. Os gráficos evoluíram muito no decorrer dos anos, saindo de dois traços que rebatiam um pixel de um lado pro outro, até chegarmos nas imagens em alta definição de hoje em dia. A física também está bem realista, e somada aos gráficos realistas, criam uma ilusão de um “mundo virtual”.
Essa ilusão acaba assim que você tem que interagir com os personagens controlados pela inteligência artificial do jogo. Esse é um dos aspectos que menos evoluíram nos videogames. No que se refere ao Q.I., os cidadãos de Liberty City pouco se diferem das tartarugas no jogo do Mario lançado pro NES há decadas atrás.
Isso fica mais claro ainda quando DEPENDEMOS da inteligência artificial pra jogar. Em jogos de ação, em que você enfrenta os personagens controlados pela CPU, se eles agem estupidamente, azar o deles, vão morrer mais cedo. Agora, e jogos de esporte coletivo, em que você controla apenas um jogador por vez e o resto do time fica lá, correndo pra lá e pra cá aleatoriamente, sem a menor noção do que fazer no ataque e na defesa?
No primeiro caso, o jogo pode se tornar fácil demais, logo, maçante. No segundo caso, o jogo pode se tornar frustrante, já que você é obrigado a aturar a burrice de seus companheiros, que muitas vezes compromete o resultado.

Um inimigo em um jogo qualquer...
Pra resolver o problema da dificuldade, a SNK criou um sistema de fazer chefes totalmente overpower, muito mais fortes, rápidos e resistentes que os personagens disponíveis ao jogador, e com golpes indefensáveis que pegam a tela inteira. A fórmula foi seguida por muitos outros jogos, é um método comum de se ver por aí. Quando você vai enfrentar o último chefe do seu jogo de ação/luta, ao invés de encontrar um adversário inteligente ou habilidoso, você é obrigado a enfrentar praticamente um deus. Um deus burro, mas ainda assim alguém muito mais poderoso que você, que vai, invariavelmente, ser derrotado por ser burro e não aproveitar direito seus poderes.
É por isso que o multiplayer sempre teve e sempre terá grande apelo entre os jogadores. Além de ser muito mais divertido poder zoar com seus amigos, um humano, por pior jogador que seja, nunca será tão idiota quanto um personagem controlado pela CPU.
Bom, talvez seja, mas aí você tem que arranjar amigos mais espertos…
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