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Da série Genéricos: First Person Shooters

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fpsgenerico

fernandiouehara_profileEu admito: atirar nos outros sem consequências fatais é extremamente divertido. É por isso que inventaram paintball, laser shots e os jogos de tiro em videogames e no computador. Counter Strike é, até hoje, um dos jogos em que eu mais gastei horas e mais horas jogando no auge das lan houses.

Jogos como Wolfenstein, Doom e Quake levaram o tiroteio até os jogadores, Half Life e seu mod mais famoso, Counter Strike, popularizaram de vez a febre, e Halo se encarregou de colocar os consoles no mesmo patamar dos computadores quando o assunto é atirar nos outros.

Mas e aí? O que mudou desde o primeiro Halo? Os gráficos? Sim, mas o que mais?

Hoje, somos bombardeados (rá!) com inúmeros jogos de tiro, todos eles muito parecidos. Os jogos do gênero FPS (First Person Shooter, jogos de tiro em primeira pessoa) possuem uma checklist que, se atendida, já rende um belo jogo. Mas sabe por que? Porque é uma fórmula testada e aprovada, que garante horas de diversão, mas não diferencia um jogo do outro.

Ausência total de cores Gráficos de última geração? Ok.

Sangue jorrando e corpos caindo Física realista? Ok.

Gritaria virtual Multiplayer online? Ok.

Nota 9 garantida na maioria dos reviews!

Com isso, não entendo a guerra (rá!) dos consoles entre fanboys alucinados, principalmente quando um diz que Halo 3 é melhor que Killzone 2, ou vice-versa. Qual a diferença? Não é só apontar a arma e atirar?

Não culpo ninguém por gostar desses jogos, mas é o tipo de jogo que, se você jogou um, jogou todos. E digo mais, se a Nintendo e seus jogos casuais são uma “ameaça” aos “jogadores hardcore-true-from-hell”, os zilhões de FPS genéricos que saem pra todos os consoles são uma ameaça à criatividade e à inovação nos jogos de videogame.

Pelo menos, a maioria das produtoras já (?) enxergou que a Segunda Guerra Mundial não tem mais graça. Agora, que tal aposentarem os soldados espaciais?

Reviews: as vezes, um 8 é melhor que um 10

noreset_analisefernandiouehara_profileDomingão de carnaval, muita festa, folia e tudo mais que é típico nessa época do ano toma o país inteiro. Mas gamers que curtem carnaval são raros, então a maioria de nós aproveita o feriadão pra viajar e fazer coisas sem relação alguma com as festividades, como jogar videogame, é claro!

Muita gente recorre aos reviews em sites e revistas antes de comprar um jogo. Muita gente também acaba pulando o texto e indo direto para as notas. Muitos bons jogos sempre são lançados no fim de cada ano, para aproveitar o Natal e as férias, época em que os bolsos dos jogadores estão mais generosos. Notas 9 e 10 saltam das páginas de revistas e sites especializados, uma verdadeira chuva de elogios a jogos de todos os tipos. Mas e os que recebem notas 7 e 8 são tão inferiores assim? Quem sabe, você não acaba achando uma jóia que, por algum motivo, recebeu nota 6 ou menos na sua revista preferida?

Um jogo nota 6 pra qualquer pessoa pode ser nota 8 ou mais pra você. E mais, videogames existem para divertir, não para fazermos cálculos e comparações. A menos que você seja um fanboy cuja maior diversão seja falar mal dos videogames que você não tem. Jogos com notas baixas podem divertir, sim. Gosto é gosto, e cada um tem o seu. Afinal, reviews são opiniões, não ciência exata.

gamereviewsbleh2A maioria dos grandes lançamentos recebem notas acima de 9. Culpa da mídia ou mérito dos desenvolvedores? Eu diria nem um nem outro, é mais “culpa” dos desenvolvedores. Hoje em dia, é muito mais cômodo caprichar em um FPS padrão que tem público garantido do que reinventar um gênero ou criar uma nova propriedade intelectual, com sérios riscos de não agradar ao público e tomar prejuízo. Ao invés disso, faça um jogo de tiro/ação com gráficos realistas e multiplayer online, e garanta suas vendas e suas notas 9!

Aliás, o sistema inteiro de notas é furado. Em uma escala de 0 a 10, a média não é 5. Jogos com nota 5 são horríveis na opinião da maioria dos analistas. A média varia, dependendo do tipo de jogo. Se é um FPS, a média é 9. Se é continuação de alguma franquia consagrada, a média é 8. Pra jogos de Wii, nota 7 já tá de bom tamanho. E não é fanboyismo, é a avaliação dos aspectos técnicos.

O dever dos veículos de mídia é informar, e a maioria dos reviews não mente. Profissionais avaliam os aspectos técnicos, e a qualidade de muitos dos jogos com grandes investimentos é indiscutível, por mais genérico que seja. No caminho inverso, muitas vezes ideias inovadoras são mal executadas, gerando porcarias que você nunca jogou antes, mas ei, é inovação!

Onde eu quero chegar com isso? Notas não interessam, o que interessa é aquilo que você gosta de jogar. Eu, por exemplo, não sou muito chegado em jogos de tiro controlados com os analógicos, por isso não interessa se tal jogo teve notas perfeitas em todos os sites e revistas, eu não vou comprar. Já jogos de futebol são todos horríveis e mal programados, merecendo no máximo uma nota 7, mas como eu adoro futebol, acabo jogando. Outro exemplo particular é Mario Galaxy. Na minha opinião e na opinião de muita gente, um jogo perfeito, eu aluguei, joguei e até gostei, mas meu jogo preferido mesmo é uma sólida nota 8. E por mais que eu goste, não daria nota 10 devido a uma série de fatores que poderiam ser melhorados.

É isso. Se você odeia jogos de luta, esqueça que Street Fighter IV é o jogo do momento e ignore as notas altíssimas que com certeza estão pipocando em todos os cantos. Se você gosta mesmo é de jardinagem, vá atrás daquele jogo que todo mundo odeia e recebeu notas baixas, você pode se divertir por algum tempo.