Prince of Persia, pra mim, é o jogo mais bonito dessa geração, talvez o mais bonito já feito. Mas hoje, não estou aqui pra falar da beleza do jogo ou muito menos pra fazer um review. Estou aqui pra falar de um dos defeitos mais apontados por quem jogou: a falta de dificuldade.
Admito que o jogo, por si só, não é dos mais difíceis. As seções de plataforma são meio que automáticas e as lutas não oferecem muito desafio. No entanto, o que mais facilita o jogo, segundo muitos jogadores, é a presença da Elika. Sim, ela salva sua vida se você erra um salto entre uma plataforma e outra, impedindo que você caia no limbo e vá parar no colo do capeta. Ela até entra no meio da luta se você estiver pra ir pro saco, restaurando completamente sua vida. Mesmo assim, eu digo que todo jogo deveria ter uma Elika.
Tá, pode ser exagero. Ela com certeza não se encaixaria em jogos como GTA ou Gears of War. Exceto se tivesse barba e transbordasse testosterona.
Elika, como um mecanismo de jogo, é uma ideia brilhante. Ela nada mais faz do que pular algumas telas de morte e reload, colocando o jogador direto na ação novamente. Lembre-se, o que acontece normalmente quando você morre em algum jogo? Seu personagem morre dramaticamente em uma cena, aparece a tela com opções pra começar de onde você salvou, você seleciona o save e pronto. Elika simplesmente pula esse processo chato e repetitivo com uma desculpa que faz sentido dentro do mundo do jogo, e ainda poupa algum tempo.
Além disso, o fato de não poder morrer não é o que torna Prince of Persia um jogo fácil. Desde que inventaram o sistema de saves, todo personagem se tornou imortal. “Morrer” dentro de um jogo perdeu o sentido. Você pode morrer trocentas vezes pro mesmo chefe, mas nada te impede de simplesmente dar reload e tentar de novo. Lembra dos tempos de Sonic 2 ou, melhor ainda, Battletoads? Quando as vidas eram limitadas, e se você morresse, tinha que recomeçar tudo de novo? Sim, aquilo era uma punição por ser ruim. Todo jogo, hoje em dia, tem um sistema de save, pra caso você enfrentar um obstáculo difícil, possa tentar de novo e de novo.
Isso prejudica um pouco o desafio de se fechar um jogo, mas não podemos ser rabugentos o tempo todo e dizer que “não se fazem mais jogos como antigamente”, mesmo porque isso é coisa de gente velha e frustrada. Os jogos contam histórias incríveis e são caros demais para um jogador simplesmente ter que desistir por não conseguir passar de alguma parte. Imagine a raiva de alguém que não consiga ver o que acontece ao final de um God of War ou um Metal Gear Solid simplesmente porque travou em algum inimigo? Ou, pior ainda, alguém que pagou 60 dólares (que, devido aos impostos do nosso Brasil brasileiro, pode passar dos absurdos 300 reais) e não pode aproveitar o potencial total de sua compra?
Assim, imaginem um jogo como Mirror’s Edge ou mesmo um Sonic, onde você cai e morre direto, com um sistema de saves e check-points eficiente como o de Prince of Persia. Seria muito menos frustrante, além de ser salvo faz mais sentido do que morrer e simplesmente reaparecer novinho em folha. O Tails poderia aparecer voando pra salvar o Sonic caso o jogador erre entre um salto e outro, o Link poderia ser salvo pela Zelda, Navi ou seja lá o que o esteja acompanhando, enquanto o Kratos poderia ser salvo pelo… Chuck Norris? Sei lá, vocês entenderam.
Filed under: Games | Tagged: Dificuldade, Elika, Prince of Persia, PS3, Xbox 360 | 10 Comments »