

Algumas vezes, tenho vontade de quebrar o protocolo: Se dependesse de mim, essa notícia iria ser publicada com 3 imagens de cabeçalho: “Cachacisses”, “Fuleiragens” e “Caray!”.
Aliás, vamos colocar de uma vez por todas a definição dessas três categorias:
“Cachacisses” é um “semi-neologismo” criado para designar uma notícia ridícula. Tudo o que eu ou qualquer outra pessoa que escreve nesse blog julgue como sendo uma notícia ridícula, tosquenta, bisonhuda, estranha, entre outros vem aqui. Trocando em miúdos, é como se o protagonista ou personagem da notícia estivesse bem louco, como se tivesse bebido cachaça antes de realizar tal ato que pudesse ser digno da categoria (ou pior, de aparecer aqui).
“Fuleiragens” é a categoria “curiosidades”, porém com um nome disfarçado. Tudo o que os redatores e editores do NoReset julgam como sendo engraçado, curioso ou qualquer coisa do tipo, vem aqui. Também serve para designar que o texto abaixo do cabeçalho pode ser um pensamento do próprio autor do texto, e não necessariamente uma notícia em si. Somente o dono do texto é responsável por aquela idéia, e ele quer compartilhá-la.
“Caray!”… Bom acho que o próprio nome diz. É uma notícia tão bombástica que quando você lê, grita… CARAY!
Devidamente apresentados, vamos à notícia: o CEO da “Otari”, digo… Atari, David Gardner, desceu a lenha em uma prática muito comum em todas os campos da atividade humana: Comprar produtos usados (no caso aqui, os games). Seguem as palavras do sabidão:
“A venda de jogos em usados representa um grande impacto econômico para as empresas, pois as produtoras não lucram nada com isso.”
Ora, senhor Gardner. Tenha dó de todo mundo aqui. A venda de games usados sempre foi uma prática muito comum desde a época do Nintendinho, e isso porque eu ainda era um mero espermatozóide metido à Ayrton Senna (fui eu que cheguei primeiro “lá”, senão esse texto não existiria…).
Culpar a pirataria por rombos em seus cofres e seus ânus cheios de notas de 100 dólares ainda é perdoàvel, mas culpar a venda de produtos de segunda mão? Vão morrer no Brás! (Nota ao leitor: Se você, caro leitor por ventura morar no bairro do Brás, em São Paulo, não se ofenda. Mande os executivos da Atari virem morrer aqui no Capão Redondo e está tudo certo…)
Ué, se eu quiser ir na loja, comprar um Wii e vender depois, o problema é meu. Se eu quiser quebrá-lo no chão, o problema é meu. Se eu quiser colocar pro cachorro do meu vizinho usar como banheiro, problema meu.
Muito me incomoda ver que outras empresas de respaldo, como a Bungie, também concordem com uma visão tão mesquinha. Aliás, esse assunto já vem criando um grande escarcéu por aí. Muitos já cogitam a venda de jogos por meio de Download. Assim, o jogo possui um código e só pode ser usado na máquina em que foi baixado (mais ou menos o conceito do Zeebo, que você já deve ter lido por aí).
Onde fica a liberdade de escolha do consumidor? Se eu tenho um jogo que não me serve mais, tenho que ficar com ele? Se eu quero comprar um jogo, mas não tenho dinheiro para comprar um novo, simplesmente devo ficar sem jogar?
A respeito disso, também se pronunciou o presidente da Atari, Phill Harrison:
“É certo que o mercado de games usados tem um impacto na indústria, porém, não é por coincidência que os jogos realmente bons, que têm um maior fator replay , não são vendidos novamente.”
Certíssimo. Jogos bons não são vendidos nunca. Até hoje eu tenho meu Nintendo 64 com The Legend of Zelda: Ocarina of Time para jogar.
Mais alguém quer reclamar?

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